segunda-feira, 31 de maio de 2010

A ditadura militar

O governo de Arturo Frondizi foi derrubado em 1962 por um golpe militar, depois da vitória do peronismo em várias eleições provinciais. Aproveitando a confusão, a Corte Suprema designou José María Guido, que era presidente provisório do Senado, como novo presidente do país, em seguida substituído por uma Junta de Comandantes.

Em 1982, durante a presidência de Leopoldo Galtieri, iniciou-se a Guerra das Malvinas contra o Reino Unido, disputando-se a soberania das ilhas. O absoluto fracasso das tropas argentinas e a morte de aproximadamente 600 jovens soldados propulsionou o golpe definitivo ao regime militar. Com a volta da democracia em 10 de dezembro de 1983, estimou-se que o número de vítimas do governo era de cerca de 10 mil pessoas. A marca mais profunda das ditaduras foi a repressão sobre setores específicos da sociedade, especialmente os elementos politicamente mais ativos, como jornalistas e sindicalistas.

O país se encontrou num caos político posteriormente à morte de Perón. Grupos extremistas realizavam sequestros e assassinatos, levando a sociedade a um terror poucas vezes visto no país. Nesta situação surge o autodenominado Processo de Reorganização Nacional, presidido originalmente por Jorge Rafael Videla, que se caracterizou por acentuada repressão, levando a cabo constantes perseguições, torturas e execuções de presos políticos. Assim como os outros países do Cone Sul, o governo argentino integrou a Operação Condor.


Monumento à Guerra das Malvinas no Ushuaia.A administração de Videla foi marcada por violações sistemáticas aos direitos humanos, principalmente nos meios estudantis, além de questões de limites de fronteira com o Chile, que estiveram próximas de um conflito armado — matéria diplomaticamente mediada por João Paulo II. Houve também desmantelamento dos sindicatos e polarização na divisão de classes sociais. A economia do país, porém, cresceu, tornando-se mais competitiva e moderna, adaptando-se às correntes mundiais. Houve também um grande incremento nas obras públicas.

A derrota na Guerra das Malvinas obrigou o regime militar a convocar eleições democráticas. Contudo, as violações massivas aos direitos humanos realizadas entre 1976 e 1983, assim como uma ampla tradição em golpes militares, farão complexo o processo de transição à democracia, com reiteradas insurreições militares. Em 1989, pela primeira vez na história, um presidente de um partido entregou o poder a um presidente de outro partido. A situação voltou a se repetir em 1999, mostrando uma notável consolidação da democracia na Argentina.

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